Jefferson Ruiz
Há três anos venho sendo indicado para compor a comissão julgadora do Prêmio Visibilidade do Serviço Social e das Políticas Sociais, promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Rio de Janeiro. Esta tarefa – que muito me honra – tem possibilitado um maior contato com distintas produções sobre direitos. Ainda que eles não componham o título do Prêmio do CRESS-RJ, ao se tratar adequadamente políticas sociais dificilmente se deixa de falar sobre um ou outro direito.
Há interessantes aprendizados a partir desta experiência. Um deles é o de perceber que, mesmo com a enorme concentração da comunicação nas mãos de poucas famílias, é possível perceber contradições na cobertura. Há órgãos populares de imprensa que por diversas vezes não se preocupam em qualificar sua cobertura sobre as políticas, resvalando para o senso comum. Por outro lado, órgãos que atingem imensos contingentes populacionais por algumas vezes têm tratado direitos com impressionante trabalho de pesquisa e com uma criticidade surpreendente. Em geral, as melhores produções são as que historizam minimamente a política tratada, apontam sua relação com a vida quotidiana de populações, informam sobre legislações daquela área, apontam o horizonte disputado por cada política, sem deixar de denunciar – quando é o caso – seus limites e contradições. Não é necessário que os textos sejam imensos para se tratar adequadamente um tema: há textos, curtas-metragens, entrevistas em rádio ou jornal, que em pouco tempo ou espaço conseguem produzir informação crítica e de alta qualidade.