domingo, 27 de abril de 2014

EDITORIA VOLTA DO MUNDO - Ano 04

SOMOS CRIATURAS EMOCIONAIS
Meninas-mulheres em monólogos que traduzem percursos e lutas





Em memória de Cláudia da Silva Ferreira.

 « (…) dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô."

ADÉLIA PRADO


Mione Apolinario Sales*

Ainda nos anos 90, Zezé Polessa montou e representou no Brasil a peça Monólogos da Vagina. Foi um sucesso monumental, com várias temporadas no Rio e São Paulo. Na época, minha vida docente combinada a uma intensa militância no Conjunto CFESS/CRESS não me permitiu conferir o espetáculo. Mas não o esqueci. Desde sempre, achei o título desta peça de uma tremenda ousadia e por isso mesmo me parecia tão instigante. Como naqueles idos dos anos 90 eu não estava diretamente envolvida com a temática feminista, o meu interesse afogou-se em meio a outras demandas e prioridades. O tempo seguiu seu curso qual um rio, mas…

FEMINISMO, UMA TRINCHEIRA ATUAL




Muita água passou embaixo da ponte. Casei, tive uma filha e por um misto de afinidades, necessidades e coincidências, fui me reaproximando do movimento feminista. Deste interesse renovado, surgiu, no final de 2012, o grupo Lutas Lobas no Facebook, onde tenho confirmado, ao lado de várias mujeres do Brasil e do mundo a premência desta frente de lutas. O balanço do final da primeira década do novo milênio veio mostrar que, a despeito dos avanços dos debates de gênero (neste caso, a luta se ampliou com novos atores, parceiros e parceiras e suas demandas), a problemática feminista está mais do que nunca na ordem do dia.