Devaneios de viagem
(Ou como entender o mundo e a si mesmo com o pé na estrada)
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Claudia Correa*
Enfim, de
volta ao nosso blog, reestreando na produção de artigos neste início de 2013
para compartilhar reflexões e sonhos. Ainda é tempo (antes que o festejado Ano Novo envelheça)
de desejar a todos um ano rico de criatividade, paz e muitos projetos
realizados para todos nós.
Em férias, de passagem pelo Rio e
Paraty neste janeiro de esquentar até baiano, alguns fatos me chamaram atenção
no cenário da eterna “cidade maravilhosa”. Na verdade, o poeta tem razão: o Rio
de Janeiro continua lindo, continua sendo o “coração do meu Brasil”. Alguns
podem dizer que meu olhar de viajante não conta, turista é sempre deslumbrado,
complacente. Quem vive o cotidiano urbano é quem sabe as mazelas e os problemas
que transformam qualquer paisagem paradisíaca em um inferno. Ainda assim, o
olhar “estrangeiro” é sincero, resgata aspectos da realidade que superam a
banalização daquele que já se acostumou com as imagens e seus significados no
dia a dia de um lugar. Por acreditar que esta percepção também é legítima,
arrisco compartilhar algumas impressões e reflexões que marcaram minha rápida
passagem pelo ensolarado (e chuvoso )Rio.
Toda vez que viajo gosto de
comprar jornais locais para me inteirar do contexto, conversar com jornaleiros,
motoristas de taxi e de ônibus e pessoas comuns, principalmente as que tem
muito contato com o público, como porteiros e garçons. Sempre acreditei que
elas traduzem bem o modo de ver e viver o lugar, são “a alma” viva da cidade.