sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Editoria Equipe do Blog Mídia e Questão Social

DOIS ANOS NO CIBERESPAÇO

Um coletivo, sete cérebros, muitas pernas e projetos ...


No último dia 10 de setembro o Blog Mídia e Questão Social completou dois anos de existência.

A certeza que temos é que essa ousadia valeu a pena! Há hoje muitas provas disto. Lembrar de toda aquela correria para que o Coletivo Centopeia entrasse para a blogosfera - até então um mundo pouco conhecido para a maioria de nós -, às vésperas do lançamento do livro Mídia, Questão Social e Serviço Social ! Assim, nosso Quixote lançou mão dos seus moinhos de vento e nos projetou rumo ao ciberespaço.

Seguimos, então, por essa nova estrada com a perspectiva de dar a "Volta do Mundo", mesmo sabendo que o mundo dá muitas voltas. A ideia era: com os pés no mangue, observar tudo, lá do alto, por um “Caleidoscopio Baiano". Com a sensação de uma "Estranha Semelhança com a Utopia", adentramos cada vez mais neste território da “Web@Tecno”, o que não poderia deixar de ter um "Efeito Quixote". "Fazendo Arte e Educação", deixamo-nos deslizar, sem medo, pelo "Jornalismo na Correnteza", mas sem deixar de escutar todo aqueles "Jornalistas e novos Parceiros". Tudo isto com polêmicas e debates – internos e com os nossos leitores –numa reinterpretação do significado geralmente conferido a “Babel”.

Nessa andança cibernética, pensamos o quanto é bom tê-los presentes conosco. Mais um novo ciclo, com toda uma "Agenda cultural", se inicia para todos ... Queremos permanecer tendo, sempre que possível, “Cinco Dedos de Prosa” com você que nos lê e apóia..


Valeu! Avante, companheiros!


Blog Mídia e Questão Social .
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Algumas de nossas realizações do Blog Mídia e Questão Social: 

- Algumas coberturas jornalísticas sobre movimento de democratização da Comunicação: 


Claudia Correia, Editoria Caleidoscopio Baiano:

 

• Conferência Nacional de Comunicação – Etapa Bahia, 17-11-2009;
Imagens da histórica I CONFECOM - Brasília 14 a 17 de dezembro de 2009, 21-12-2009.


- Participação no Seminário “Serviço Social, Ética e Mídia: Desfio intelectual na sociabilidade  do capital”, em 20-10-2009 - UNISUAM (FSS) - Campus Campo Grande – Jefferson Ruiz, Nelma Espíndola, Cecília Contente, Tatiana Fonseca (co-autores do livro Mídia, Questão Social e Serviço Social” e demais convidados:

Fotos Arquivo: à esquerda plenária  do Seminário UNISUAM – Campo Grande  e  à direta Jefferson Ruiz


Foto Arquivo: à esquerda Jefferson Ruiz, Profª Márcia Soares (Unisuam), Cecília Contente e Nelma Espíndola, à esquerda Tatiana Fonseca e demais convidados
 

-   Participação na Mesa de Conversa do Curso de Extensão Jornalismo e Políticas Públicas Sociais – JPPS/NETCCON.ECO.UFRJ – 8ª Edição 2010, em 18-10-2010 – Jefferson Ruiz, Ana Lucia Vaz e Nelma Espíndola.



Fotos arquivo: Dois momentos da mesa de conversa: da  esquerda  para à direita Ana Lúcia Vaz, Profº Evandro Ouriques(Coordenador do JPPS/NETCCON.ECO.UFRJ) , Nelma Espíndola e Jefferson Roriz, em 18-10-2010.

Fotos arquivo: Jefferson Roriz fala sobre a história do Serviço Social.


-   Realização do I Encontro Carioca do Blog Mídia &Questão Social  2010, em 13-12-2010, na sede do SEPE-RJ [Com ausência da Blog-Amiga Claudia Correia].


1ª Foto arquivo: Da esquerda para à direita Mione Sales e Márcia Carnaval . 2ª Foto arquivo: Ao fundo alguns convidados no I Encontro Carioca do BM&QS Serviço Social, em 13-12-2010.

1ª Foto arquivo: Da esquerda para direita, Nelma Espíndola, Leandro Rocha e Jefferson Ruiz. 2ª Foto arquivo: Da esquerda para direita, Ana Lucia Vaz, Ricardo Pereirae e Nelson, Acadêmico de Serviço Social da PUC-Rio.


-   Participação na Mesa de Conversa do Curso de Extensão Jornalismo e Políticas Públicas Sociais – JPPS/NETCCON.ECO.UFRJ – 9ª Edição 2011, em 06-06-2011 – Jefferson Ruiz, Ana Lucia Vaz, Leandro Rocha e Nelma Espíndola.

Fotos arquivo: Da  esquerda para à  direita, Nelma Espíndola, Leandro Rocha, Profº  Evandro Ouriques

Fotos arquivo: Da esquerda para à direita, Nelma Espíndola e Leandro Rocha, Jefferson Ruiz e Ana Lucia Vaz, em 06-06-2011. 


-   Participação no I Fórum sobre a Democratização da Comunicação e Cultura do Rio de Janeiro, em 22-03-2011 – Leandro Rocha e Nelma Espíndola

Fotos arquivo: Da esquerda para à direita, Leandro Rocha e Nelma Espíndola no Centro Cultural Banco do Brasil –CCBB -RJ, em 22- 03-2011

Fotos arquivo: Da esquerda para à direita, Profº Muniz Sodré [ECO/UFRJ] , Vereador Reimont [PT], Berenice Mendes [FNDC/ ANEATE], Frederico Cardoso [Cine Mais], Roseli Goffman [ FPC e FNDC], na abertura do Encontro no Centro Cultural CCBB-RJ, em 22- 03-2011.


-  Participação no I Encontro dos Blogueiros Progressistas Carioca – Jefferson Ruiz e Nelma Espíndola – de 06, 07 e 08/06/2011.  


Fotos arquivo: Da esquerda para à direita Altamiro Borges, Renato Rovai, Miguel do Rosário, Emir Sader, Rodrigo Vianna e Eduardo Guimarães na abertura do evento, em 06-05-2011. Na segunda foto da esquerda para à direita temos Paulo Henrique Amorim, Deputada Federal Jandira Feghali, Prof. Marcos Dantas [ECO.UFRJ] e Sérgio Telles, no segundo dia do evento ( 07-06-2011).

Fotos Arquivo : Da  esquerda  para  à direita, Nelma Espíndola e Jefferson Ruiz.  Na seguinte. Manifestação junto à Rádio Globo / CBN, em 07-03-2011.


- Participação no Colóquio “Comunicação, cidadania e dimensões da linguagem”, na UFRRJ, em 11-04-2011 – Ana Lucia Vaz.


Foto Arquivo: Ana Lúcia Vaz em foto de Letícia Santos

 - Participação no Evento em Comemoração ao nº 500 do Boletim  Via CRESS – Nelma Espíndola representando o Blog Mídia e Questão Social, em  04-08-2011.

Citação de Nelma Espíndola sobre características do Blog Mídia e Questão Social

sábado, 10 de setembro de 2011

Editoria Jornalismo na Correnteza

Doação de Sangue urgente!


Imagem: Google


Ana Lucia Vaz*

Giamiliane de Oliveira, 26 anos, está internada no Hospital Gaffrée e Guinle desde o dia 2 de agosto, quando chegou para dar à luz a Willam Gabriel. Uma infecção por bactéria desconhecida que lhe corrói o abdômen mobilizou a equipe médica do Hospital e ameaça sua vida.

No dia 8, finalmente, conseguiram identificar a bactéria, mas Giamiliane precisa de nova cirurgia e, para isso, depende de sangue que a faça recuperar-se rapidamente da anemia provocada pela infecção. Sua chance de sobrevivência depende disso.

Mas o Hemorio, banco de sangue do Estado, não tem estoque para atender todas as demandas. Giamiliane entrou numa fila de espera.


Bem perto de nós

A tragédia da Região Serrana provocou um movimento de solidariedade que lotou os estoques do Hemorio, na época. É mais fácil mobilizar nossa solidariedade quando enxergamos o ser humano que está do outro lado, pedindo ajuda.

Pois Giamiliane é, de certa forma, nossa conhecida. Foi uma das desabrigadas pelas chuvas no Borel. Sua irmã, Gisa, ou Gislaine de Oliveira, a personagem principal da reportagem que publicamos neste blog no dia 13 de abril de 2010, com o título “Tragédia no Rio de Janeiro: quem escolhe correr risco?” [clique no título indicado para ler a reportagem]

 

  Foto Arquivo: Gisa, sobre a lage de sua casa não consegue disfarçar a tristeza


Gisa foi minha guia dentro do Borel. Algum tempo depois, junto com os outros desabrigados, participou do protesto que fechou o CIEP por um dia. Um ato de desespero das famílias que eram pressionadas para deixar a escola, sem terem para onde ir. Ajudei a articular a mídia. O ato teve repercussão e conseguiu acelerar o pagamento dos aluguéis sociais.

Meses depois, Gisa me ligou: “A gente só procura para dar má notícia, né? Achei que devia ligar também para dar uma boa notícia.” Estava morando na Pavuna, num lugar que era ótimo, segundo ela. Os filhos estavam muito felizes, porque tinham muito espaço para andar de bicicleta e não queriam nem saber de voltar para o Borel. Também já estavam na escola. O resto da família tinha alugado casas no Borel.

Este talvez seja o melhor prêmio de um jornalismo de escuta. Novas relações, novos afetos.

Há duas semanas, Gisa ligou de novo. Desta vez, para pedir ajuda. Com a irmã entre a vida e a morte, e o sentimento de impotência a lhe perturbar, lembrou do desespero dos tempos de desabrigados. “Naquela época você me ajudou, então pensei...”

Como sou jornalista, ela tentou achar um caminho por essas bandas. Tinha, como eu, ótimas referências do Gaffrée e Guinle. “Tive meus dois filhos aqui! Foi ótimo! Mas o pessoal que trabalha lá, pelos corredores, diz que depois da reforma não é mais o mesmo hospital.”

Comecei a sondar.

- Mas eles não estão se empenhando? Sua irmã não está bem cuidada?

- Está. Eles estão fazendo tudo o que podem. Mas não conseguem identificar a bactéria. Dizem que é resistente aos antibióticos.

- Está havendo negligência?

- De jeito nenhum. Tem, inclusive, uma médica totalmente dedicada...


O serviço público que não aparece na Globo

Não fiz nenhuma apuração jornalística, de fato. Minha única fonte é a Gisa, internada no hospital há pelo menos uma semana, para cuidar da irmã na área de isolamento. Mas, seja o olhar consciente da própria Gisa que, em pleno desespero não busca levianamente culpados para sua dor; seja o relato da dedicação de profissionais em busca de solução, sugere imagens típicas do serviço público de saúde. A saúde que ainda não virou mercadoria. Que não interessa aos veículos comerciais noticiar. Os planos privados de saúde agradecem.


Jornalismo por inteiro


Foto: Google – Frente do Hospital Universitário Gaffrée Guinle, na Tijuca – RJ.

As necessidades e dores humanas vão muito além das tão limitadas forças de ação jornalística. Talvez este seja o maior desafio de fazer jornalismo de escuta. Se não somos assépticos ou neutros, o mundo nos envolve para valer e não tem como fugir.

Finalmente, identificaram a bactéria que está consumindo Giamiliane, mas agora ela depende de doadores, com urgência.

Por isso, embora a situação me leve a refletir sobre sentidos e compromissos do jornalismo, isso não é uma reportagem, nem chega a ser um artigo. É um pedido de ajuda. O jornalismo em que acredito me aproxima, não das grandes políticas (indispensáveis), nem das grandes questões sociais (tão determinantes), mas de seres humanos de carne e osso, cada um com sua história única dentro dos tais grandes contextos. A Gisa não é mais uma desabrigada das chuvas de abril de 2010, é alguém que aprendi a admirar, com quem assumi compromissos.

Quem puder e quiser entrar na correnteza deste jornalismo repleto de alegrias, dores e sustos, por favor vá até o Hemorio doar sangue em nome de Giamiliane, internada no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Peça o papel comprovando a doação e leve-o até o Gaffrée e Guinle. Serve qualquer tipo de sangue.

Mas, claro, qualquer doação, a qualquer tempo, será bem vinda, para ajudar a salvar a vida, não só da Giamiliane, mas de tantas pessoas, com suas ricas histórias.



Imagem: Google





















*Ana Lucia Vaz, jornalista, mestre em Jornalismo (USP), membro da Rede Nacional de Jornalistas Populares (http://www.renajorp.net) , professora de jornalismo e terapeuta craniossacral.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Editoria O Efeito Quixote


Todo poder emana do povo!

Leandro Rocha*

Esta frase simples que está contida no artigo primeiro da constituição federal brasileira tem ecoado novamente nas bocas e corações de pessoas por todo o mundo. Tal quais as manifestações vistas em outros momentos históricos, temos observado a emergência de obilizações organizadas em todo o globo com o intuito de fazer valer esta premissa na luta pela garantia e ampliação de direitos para toda a sociedade.
Manifestações como as ocorridas na Turquia e Egito, por exemplo, têm promovido a derrubada de governos ditatoriais que se mantinham há décadas no Oriente Médio e abrem espaço para a retomada do Estado.
Com a percepção do potencial das mídias, em especial da internet, mobilizações em prol dos direitos da humanidade têm ganho amplitude mundial, a exemplo da Marcha das Vadias, cuja primeira ocorreu em abril de 2011 no Canadá protestando contra a culpabilização de mulheres vítimas de estupro e que foi reproduzida em diversos países, inclusive no Brasil.
No Brasil, além do exemplo acima, ainda podemos citar a marcha pela legalização da maconha, que, após sofrer censura por parte de ações do poder judiciário em diversos estados, foi reconfigurada em um protesto pela garantida dos direitos à liberdade de expressão e à manifestação pacífica e organizada.
Também podemos observar as manifestações e movimentos contrários à privatização das políticas públicas, tais como passeatas e atos visando à defesa do Sistema Único de Saúde, o combate à precarização da política de ensino em suas várias instâncias (para saber um pouco mais, leia: http://midiaequestaosocial.blogspot.com/2011/07/editoria-fazendo-arte-e-educacao_24.html ).

 
À direita, no Movimento Contra a Privatização da Saúde, Leandro Rocha, responsável por essa editoria.

 
No último dia 30, foi realizada a mobilização organizada em escala nacional pelo Conjunto CFESS/CRESS para reivindicar o cumprimento de um direito trabalhista conquistado pela categoria dos Assistentes Sociais e expresso na lei 12.317/2010: a jornada de 30 horas semanais de trabalho.

 


Convém lembrar que a redução da jornada de trabalho não é uma reinvindicação apenas de Assistentes Sociais. É uma luta que tem sido travada no Brasil desde a década de 80, envolvendo várias categorias profissionais, instituições e atores sociais que já se posicionaram favoráveis a esta medida, compreendendo que a mesma influencia positivamente nas condições de trabalho e na qualificação dos profissionais e, consequentemente, no atendimento prestado à população usuária de seus serviços.

Tendo como objetivo dar visibilidade a esta questão e cobrar o cumprimento da lei 12.317/2010, foi elaborada uma campanha de mobilização que se organizou de modo a realizar diversas atividades, de forma descentralizada, em vários locais onde houvesse a possibilidade de interação com a categoria, usuários dos serviços e instituições, como Assembleias Legislativas.

Desta forma, foram realizadas passeatas, manifestações, audiências públicas, palestras, debates e aulas públicas em todo o país discutindo a lei em questão, precarização e organização do trabalho. Aos profissionais, estudantes e simpatizantes que não pudessem comparecer aos eventos foi feita a sugestão de vestirem verde em apoio às mobilizações.


Manifestação realizada em Alagoas           
                           
                                              Manifestação realizada em Santa Catarina

                          
 Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 
  
       Manifestação realizada em Pernambuco    

Participei da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, convocada pela Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo, e que contou com a participação de Moara Paiva, vice-presidente do CRESS-RJ; Michelle Moraes, representante da Intersindical; Cyro Garcia, representante da CSP-Conlutas; Maurílio Matos, conselheiro do CFESS; Alexandre Riscado, advogado da Federação de Hospitais do Rio de Janeiro; Michelle Caldas, assessora jurídica da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro: e dos deputados Claise Maria Zito e Robson Leite.

Após a audiência foi realizado ato na escadaria da ALERJ, onde foi também distribuído material à população sobre a redução da jornada de trabalho e contra a precarização das políticas públicas.



Manifestação realizada nas escadarias da ALERJ    

Foi um momento de profunda emoção poder presenciar a lotação do auditório, a união das pessoas em torno de uma luta como esta, que só faz sentido quando vista e travada coletivamente. Momentos como este só reforçam a convicção de que nós somos agentes da nossa história e que juntos temos potencial enorme para dar a ela um direcionamento em busca da garantia dos direitos da população.


Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro


As manifestações ocorreram com sucesso, tendo possibilitado à população o conhecimento sobre a discussão, assim como aos profissionais e estudantes perceber a importância da organização coletiva na luta por direitos. Foi possível, ainda, cobrar dos representantes das instituições públicas e empresas o comprometimento com o cumprimento da legislação.

Então, para finalizar este breve relato, deixo aqui a convocação a cada um de nós para não se furtar de ser um militante, um ativista em seu cotidiano. Cabe a cada um de nós e a todos nós juntos a responsabilidade da luta pela construção de uma sociedade efetivamente de direitos para todos.


Abraços Quixotescos e cheios de saudade e esperança a todos!



*Leandro Rocha, assistente e "insistente" social, pós-graduado em Psicologia Jurídica pela UCAM, integrante da Comissão de Comunicação e Cultura do CRESS-RJ. Contato: e-mail: leorochas@hotmail.com.
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Notas:

1) As fotos foram retiradas dos sites do CRESS-RJ, CFESS e Pela Saúde.

2) Para ver mais sobre a mobilização em prol das 30 horas, acesse os seguintes sites: