domingo, 24 de julho de 2011

Editoria Fazendo Arte e Educação

A Rua D’Ajuda é o nosso cinturão de giz...

Somos todos herdeiros da Comuna de Paris



Charge: Nico


Ricardo Pereira*

Os professores do Estado do Rio de Janeiro estão em greve desde 07 de junho. Depois de várias tentativas frustradas de negociação junto ao Governo do Estado, conduzidas pelo Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE) e outras lideranças organizadas em defesa da educação pública e por melhores condições de trabalho, o movimento recrudesceu.

Primeiramente, um grupo de 60 profissionais ocupou, no último dia 12 de julho, o gabinete do secretário de Educação, Wilson Risolia. O grupo só deixou o local após audiência com o secretário de Educação e com Sérgio Ruy, secretário de Planejamento.

Ao final desta reunião, que não apresentou avanços no que diz respeito ao atendimento das reivindicações dos grevistas, a categoria decidiu criar um acampamento permanente. Esta iniciativa, inédita na categoria, se materializou por meio da instalação de 57 barracas na Rua d’Ajuda por esta ser a rua onde está localizada a sede à Secretaria da Educação. As barracas foram instaladas em frente ao prédio.

Ali 250 professores, alunos e funcionários se revezam durante o dia, e a noite 100 deles permanecem no local com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para a situação da educação pública no Rio de Janeiro e também de denunciar a intransigência do governador, já evidenciada no recente episódio da mobilização dos bombeiros.


Foto SEPE/RJ: Ocupação da Seeduc  na greve dos professores, em 12-07-2011.


Foto SEPE/RJ: Mobilização e acampamento, na Rua D’Ajuda, no Centro do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Editoria Web@Tecno

“América Latina, terra de esperança”: uma perspectiva alvissareira...


 
         Reprodução Google


Nelma Espíndola*


No mês de junho, exatamente nos dias 08, 13, 16 e 20, as cidades de São Paulo (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ) tiveram a oportunidade de acolher István Mészáros.

O filósofo húngaro, um dos mais destacados marxistas da atualidade, veio ao Brasil apresentar sua conferência: “Crise estrutural necessita de mudança estrutural”. Os quatro encontros marcaram o lançamento de novos títulos da Boitempo Editorial, dentre eles o livro-homenagem István Mészáros e os desafios do tempo histórico (orgs. Ivana Jinkings e Rodrigo Nobile) e o segundo volume de Estrutura social e formas de consciência, de Mészáros.

Mézáros, aos 81 anos de idade, trouxe-nos o seu olhar sobre a formação da sociedade atual e o processo de transformação, que, como bem diz a temática de sua conferência, a crise da social-democracia europeia, as revoluções do mundo árabe e as da América Latina, para se efetivarem necessitam da mudança estrutural.

sábado, 16 de julho de 2011

Editoria Fazendo Arte e Educação

SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS
Nunca tivemos tantas razões para lutar



Ricardo Pereira*


Se fizéssemos largo uso de adjetivos e acusações, qual o Governo Sérgio Cabral, poderíamos arriscar metaforicamente dizer que o executivo estadual comanda uma das maiores quadrilhas de pilhagem dos recursos públicos da história fluminense. Sob a fumaça da propaganda de modernidade e eficiência alardeadas, a população do Rio de Janeiro sente-se, na prática, saqueada, por meio de uma sucessão de negociatas, farsas e tramas nos bastidores. Collor e José Roberto Arruda (Distrito Federal) por muito menos sofreram o impeachment.

O trágico acidente que vitimou a noiva do filho de Sérgio Cabral não pode ocultar o fato de que o governador estava na Bahia, em estreito convívio com a direção da construtora que mais fatura no governo federal, estadual e municipal, a Delta Construções. Em 2010, a Delta faturou mais de R$ 750 milhões junto ao governo federal. Clique aqui e conheça a extensa lista de obras públicas da empresa no Rio de Janeiro, onde tem a sua sede.

Trecho de matéria publicada em maio passado pela Veja. Íntegra aqui.

Enquanto isso os servidores públicos do estado do Rio de Janeiro, em luta por reajustes e contra os piores salários pagos no País, mais terríveis condições de trabalho, paralisaram suas atividades, após meses de tentativas de negociação, sem nenhuma resposta do governo Sérgio Cabral.




Com contracheques mensais de apenas R$950,00, os bombeiros na luta por melhores salários passaram a ser tratados como vândalos - tendo 439 companheiros presos. Esta é a triste retribuição a quem arrisca a sua própria vida, todos os dias, para salvar uma infinidade de outras.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Editoria Caleisdoscópio Baiano

Lições dos povos indígenas





Claudia Correia*



O jornal baiano A TARDE de 30/05/11 noticiou o avanço da Educação Indígena na Bahia na matéria “MEC destaca a Bahia no ensino oferecido em áreas indígenas”, dando conta da existência de 60 escolas indígenas e 7.730 alunos matriculados em aldeias estaduais.

Imediatamente um filme passou em minha cabeça e um sentimento de saudosismo e orgulho me invadiu. Viajei para 1981 quando ainda estudante do 2º ano de Serviço Social na UCsal ingressei na militância indigenista através da ANAI – Associação Nacional de Ação Indigenista. Reuniões noturnas sem hora para acabar, viagens por estradas esburacadas com pouco dinheiro, Projeto de Educação Indígena (Capacitação de monitores para Alfabetização de Adultos e Jovens com base na obra de Paulo Freire), acampamentos improvisados, muitos embates com os governos municipal, estadual e a FUNAI e um grande aprendizado político. Digo sempre que para mim, filha da classe média urbana, ter escolhido o Serviço Social e a militância política por direitos humanos me proporcionou ver o mundo com outros olhos, me humanizou e me deu um senso critico que marcou para sempre minha trajetória.

Nesta época, na década de 80, convivi com os mais respeitados antropólogos e indigenistas baianos entre eles, Ordep Serra , atual dirigente da UFBa e meu orientador do Mestrado em Ciências Sociais na UFBa ( que por imaturidade abandonei em 1984), Maria do Rosário Carvalho, Eduardo Almeida, Pedro Agostinho e muitos outros. Em 1981, na reunião da SBPC sediada em Salvador, participei de uma Mesa redonda sobre os povos indígenas da Bahia e a questão fundiária e fiquei tão impactada que entrei no dia seguinte na ANAI e só me desliguei formalmente em 1990.

Em 1983, ano que me formei, tive o privilegio de representar a ANAI em um Seminário sobre Educação Popular com Paulo Freire, na Diocese de Juazeiro- Bahia, com diversas entidades que atuavam com educação para a cidadania. Lembro que fiquei sem dormir por dias, mobilizada com as discussões e a oportunidade de tomar café e conversar na varanda da Diocese, com o Mestre Paulo Freire. Na época ele estava casado com Elza, um casal simpático, alegre, e de uma sabedoria rara.

domingo, 3 de julho de 2011

Editoria Estranha Semelhança com a Utopia

Cuba libre
aquele pontinho no globo terrestre que é uma pedra no sapato do capital

     M. Katsuki


Jefferson Lee de Souza Ruiz*


Quem acompanha o blog "Mídia e questão social" desde seu início deve se lembrar que o nome desta editoria vem de uma frase de Sartre. Dizia o francês que uma ideia, antes de ser concretizada, tem uma estranha semelhança com a utopia.

Poderíamos dizer que esta utopia, este "lugar algum", é o sonho, a projeção, aquilo que ainda está por construir. Não se trata, pois, de algo inalcançável, de um desejo infindo e meramente subjetivo que teríamos para nossas vidas, para a organização da sociedade, para as pessoas que habitam o planeta. Mas, sim, de não abandonar a certeza de que uma das principais diferenças do ser humano em relação a outros seres vivos é nossa capacidade de projeção e de construção de algo alternativo.

Em 1957 uma pequena ilha da América Latina começou a construir um processo muito semelhante ao que Sartre aponta. Em 2011, mesmo sofrendo com o bloqueio internacional imposto pela maior potência capitalista do mundo, os EUA, contra todos os prognósticos e ainda que cedendo aqui ou ali a valores de mercado hoje hegemônicos na sociedade, parece que "o sonho não envelhece"... Se é fato que cada vez menos se afirma que Cuba seja o modelo socialista que buscamos, também é inegável que aquele pontinho no globo terrestre continua sendo uma das principais pedras no sapato do mundo do capital. Ainda que por tudo que a utopia proposta (e construída ao longo de anos de luta, sofrimento, construção de cultura alternativa, políticas públicas e universais etc) representa de oposição ao mundo do lucro, da disputa individual, da desconsideração da potência do ser humano de se construir em perspectiva de efetiva liberdade para todos.

Na semana que passou (27 de junho a 01 de julho) Aleida Guevara, filha do Comandante Che, esteve no Brasil. Rebebi o relato que segue abaixo, por uma das várias redes virtuais que tentam romper o ciclo da concentração da comunicação no Brasil.

Pode-se discordar de alguns aspectos da fala de Aleida (com quem tive o prazer inesquecível de "trocar duas palavras" em 2001, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre). Mas me parece impossível não ver reavivada a chama que aponta para uma sociedade efetivamente igualitária com os relatos da filha de Che.



Boa leitura!

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Foto: George Magaraia
Teatro lotado para ver a filha de Che falar sobre sua relação com o poder cubano


Filha de Che Guevara no Leblon: "Discuto com minha filha a cada 5 minutos"