sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Editoria Equipe Mídia e Questão Social

A gente quer viver a liberdade



« A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
(…) A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade
(…) A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente que é ser um cidadão »
GONZAGUINHA


Inspiramo-nos em Gonzaguinha e Luis Fernando Veríssimo, reconhecido « artista do silêncio », para homenagear a experiência virtual da blogosfera que tem como mediação fundamental a imagem, é certo, mas sobretudo a palavra. Ficamos com ela, porque a compreendemos, à maneira de Joel Rufino dos Santos, como « a residência do ser ».
Por meio dela, entretecemos laços e também nós, comunicamo-nos, manifestamos muitas vezes nossa perplexidade face a certos horrores e absurdos da existência, como a criminalização sofrida pelos movimentos sociais como pauta permanente da grande mídia; ou ainda face à falta de futuro que assombra muitos subúrbios e periferias do Brasil e do mundo inteiro, onde a juventude é justamente o ouro escondido. Preocupa-nos a cada ano o aprofundamento do desencanto com a política, sobretudo com o que isso pode significar de ameaça à nossa dedicada e paciente construção da democracia.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Editoria Caleidoscópio Baiano

Ode ao Rio de Janeiro

                                           Baía da Guanabra e Pão de Açúcar ao fundo


Claudia Correia*


Primeiras Palavras...


O texto que segue abaixo abre minha dissertação de Mestrado, apresentada ao Insituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ (2001). No dia da defesa, o professor Elenaldo Teixeira (UFBa) - falecido em 2008 -, que convidei para compor minha banca como avaliador externo, disse que era uma « ode ao Rio ». Segundo ele, eu rompia um pouco com o rigor acadêmico, permitindo-me um tom mais poético na abertura da dissertação.

Foram seis meses difíceis na Cidade Maravilhosa, mas também muito ricos para mim. No entanto, se meus colegas baianos (sete) viviam em pânico, nunca tive medo de andar pelas ruas da cidade. Por isso, aproveitei o mote da dissertação para expressar em palavras todo este sentimento, produto do meu exílio intelectual no Rio de Janeiro, que aqui compartilho com vocês, blog-leitores.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

HOJE, ACONTECE O I ENCONTRO CARIOCA DO BLOG MÍDIA E QUESTÃO SOCIAL, NA SEDE DO SEPE-RJ

O BLOG MÍDIA E QUESTÃO SOCIAL

CONVIDA


Após um ano na blogosfera, o Blog Mídia e Questão Social promove o seu I Encontro Carioca, com o tema Em tempos de comunicações virtuais @ DIREITO DE EXPRESSÃO, INFORMAÇÃO E QUESTÃO SOCIAL, nesta segunda-feira, dia 13 de dezembro, de 17 às 22 horas.

Local: Sede do Sindicato dos Profissionais de Educação - SEPE - RJ - Rua Evaristo da Veiga, 55, 7º andar -- Centro - Rio de Janeiro -RJ


AS INSCRIÇÕES SÃO GRATUITAS, APENAS NO LOCAL



Mesa 1- Imagem, questão social e cultura: problematizações necessárias

           PALESTRANTES : Marcia Carnaval - Mione Sales

Mesa 2 - Política e comunicação: desafios da experiência virtual
 
           PALESTRANTES : Jefferson Ruiz - Nelma Espíndola – Leandro Rocha


Blog Mídia e Questão Social - Coletivo Centopeia

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Será uma oportunidade imperdível de ampliarmos as discussões sobre a comunicação e seus impactos nos dias atuais.


Um grande abraço,


Equipe do Blog Mídia e Questão Social

sábado, 4 de dezembro de 2010

Editoria Jornalismo na Correnteza

Em silêncio sob o fogo cruzado


                         Fonte: Google



Ana Lucia Vaz*


Domingo cheguei da Ilha Grande, após cinco dias de muita floresta, cachoeira, mar e amor em família. Voltava de alma lavada, de um verdadeiro retiro espiritual.

Foi pelo Facebook que fiz contato com os primeiros sinais da histeria que começava a dominar o Rio de Janeiro. Na quarta-feira, como a correnteza insistia, decidi circular pela internet atrás de entender o que realmente acontecia. Ou melhor, o que se dizia, sob pontos de vista diferentes.

O mantra da quarta-feira era “arrastões”, mas para minha felicidade, cheguei rápido numa entrevista do professor Inácio Cano, alertando para os excessos do espetáculo. Não houve arrastão, não dava pra ter tantas certezas quanto o governo do estado já garantia ter... Enfim, li e fui cuidar da minha vida, segura de que não era para embarcar na correnteza do medo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Editoria Equipe Mídia e Questão Social

Vozes das favelas

Fiel, um dos idealizadores


Não existe uma nem duas vozes na favela. São milhões. Faz muito tempo, a esquerda e a intelectualidade crítica gostava de dizer que era preciso "dar voz" a esse povo. Como se eles dependessem de nós para dizer alguma coisa. O que faltava, e ainda falta, é a gente aprender a ouvir. Não os "pobres". Mas os diferentes.

De uma multiplicidade de vozes e realidades. Dos tantos sonhos, desejos, medos e crenças de que somos feitos, nós, seres humanos, nós habitantes do Rio de Janeiro, as notícias dos últimos dias parecem dar conta só de duas ou três vozes.

Estado, polícia e exército, em sua função de ordem e repressão.

Traficantes pobres, em sua função de bárbaros, desprovidos da palavra, a se expressarem pelas armas.

População das favelas, ontem cúmplice do crime, hoje ganhando o espaço de aliados da polícia.

Montado o enredo, as vozes dissonantes até podem aparecer nas notícias. Mas não em sua razão própria. Apenas como desvio. Então surge o desrespeito policial às casas na favela. Surge a milicia. Surge... sei lá mais o quê. Mas nada que possa mudar o rumo da prosa, que possa destoar o coro afinado da luta do bem contra o mal.

Ainda bem, as vozes verdadeiramente dissonantes continuam insistindo, obstinadamente, em se fazer ouvir.Uma delas é a do Mc Fiell, rapper e militante do morro Santa Marta, a primeira favela "pacificada" do Rio de Janeiro. Vale à pena ler o jornal do grupo dele, o Visão da Favela Brasil. O título é sugestivo: "Você também é Complexo do Alemão".



Um abraço,


Equipe Mídia e Questão Social

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Editoria O Efeito Quixote

Notícias de um conflito urbano particular

Leandro Rocha*

Medo.

Essa é a palavra que mais ouço.
Nas ruas, na TV, no rádio...

Este parece ser o momento mais propício para que a “cultura do medo” ganhe espaço nas mentes e corações da população. O medo muda nossas rotinas, nos limita, impossibilita que avancemos... O medo paralisa e é assim que a cidade se encontra quando eu acordo para ir ao trabalho: paralisada com medo do que poderá acontecer no próximo segundo.

Ligo a televisão e fico atento a informações sobre as ações ocorridas no estado. Vejo os informes de ônibus e carros incendiados. Os trechos impedidos de trânsito se tornam a pauta do telejornal e o apresentador mostra sua indignação por uma opressão que secularmente atinge as comunidades menos abastadas ter se estendido a toda a cidade. Eu lamento que um espaço tão importante de expressão e informação seja ocupado por alguém que não possui a capacidade de entender que a covardia destes ataques é na verdade uma expressão da covardia e perversidade de um sistema de produção que oprime, explora e descarta pessoas. Lamento que as desigualdades sociais, inerentes ao modo capitalista de produção e potencializadas pelo abandono de um Estado neoliberal a determinados segmentos da população, sejam vistas apenas como uma questão de cunho policial, onde a força utilizada muitas vezes em substituição a várias políticas necessárias, mais pune aqueles que se encontram no lado mais fragilizado, do que busca a superação desta realidade.