segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Editoria Caleidoscópio Baiano

Um novo olhar sobre o Pelourinho


Claudia Correia

Fiz um breve recesso na nossa conversa semanal para um merecido descanso e muitas farras. Passadas as festas de fim de ano, reafirmo nossos votos de um 2010 cheio de novas conquistas para todos nós que sonhamos e lutamos por uma sociedade que respeita os direitos humanos e a liberdade, inclusive de expressão.

Estive em passeio com amigos paulistas pela velha Salvador estes dias e lembrei-me de dar notícias aos parceiros blogueiros sobre o Pelourinho.

O Centro Histórico de Salvador reúne uma riqueza cultural inestimável. Além de cartão postal da primeira capital do Brasil, a área, que abrange os bairros que inclui do Santo Além do Carmo até o Largo 2 de julho abriga o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, igrejas seculares e monumentos tombados pela Unesco como patrimônio da humanidade.

O Pelourinho, incluído neste sitio histórico, tem um forte apelo simbólico para os movimentos negros baianos e representa hoje a resistência cultural destes povos escravizados pelo trafico com a África nos séculos XVI a XIX.

Em reformas promovidas pelo Governo da Bahia na década de 90, as famílias pobres da região foram “indenizadas” para deixarem os antigos casarões que foram restaurados para abrigar hotéis, restaurantes e outros serviços para aquecer a economia local, fortemente sustentada no turismo.

Resultado: muitas delas foram parar nas ruas, nos albergues, no mundo das drogas. O preço foi alto e hoje o Pelourinho amarga um processo decadente de violência, exploração sexual, inclusive infanto-juvenil. Fala-se em revitalização, mas enquanto os poderes públicos não enfrentarem a questão social local, todo esforço parece em vão.

Mas, nem tudo anda sem perspectivas por aqui..

O projeto Pelourinho Digital é um centro de formação e produção de mídia e cultura comunitária, que serve de referência para a criação de um programa estadual de redução da desigualdade social em regiões com baixos índices de desenvolvimento humano. Lançado no dia 20 de maio de 2008, a iniciativa beneficiou inicialmente 30 garotos e garotas de bairros como Santo Antônio, Carmo, Pilar, Saúde, Gravatá, Aquidabã e Pelourinho, que, durante um ano, participaram de oficinas de comunicação, webdesign, design gráfico e fotografia, além de desenvolvimento pessoal e social. O programa, co-realizado pela CIPÓ – Comunicação Interativa e pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do Programa Pelourinho Cultural e do Fazcultura/Oi Futuro, utilizou a metodologia da educação, comunicação e arte, desenvolvida pela Oi Kabum! e CIPÓ, e pela metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Centro de Referência Integral do Adolescente (CRIA) para a implementação de duas grandes ações: o Portal Cultural do Pelourinho e o Projeto Gráfico do Museu a Céu Aberto, que disponibilizam um banco de dados e informações culturais pelas ruas do Centro Histórico e na internet. Acesse o site olha aí o Pelô, é muito interessante, um novo olhar sobre o Pelourinho a partir de seus moradores, captado por jovens da região.





www.cipo.org.br/olhaaiopelo


Como estou entrando de férias agora em janeiro e estou (que privilégio!) na capital do turismo nacional (desculpem os cariocas mas, somos imbatíveis em beleza natural e hospitalidade!) vou mandando notícias sobre o que vejo e fotografo de interessante em terras baianas.


Axé 2010!

Claudia Correia, assistente social, jornalista, profa. ESSUCSal e Mestre em Planejamento Urbano. Contato: ccorreia6@yahoo.com.br

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