segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Editoria Caleidoscópio Baiano

Centro de Comunicação Democracia e Cidadania – CCDC


Eu tinha me programado hoje para mandar notícias da Conferência Estadual de Comunicação que aconteceria em Salvador dias 24 e 25 últimos, mas ela foi adiada para 14 e 15 de novembro e a minha pauta caiu. Problemas operacionais ou políticos? Desmobilização? Não sei detalhes, mas vou apurar. Estranho porque a Bahia largou na frente de todos os estados, realizou uma Conferência o ano passado após uma intensa mobilização nos seus 417 municípios, com a presença de muitos delegados.
Para não “perder a viagem” e aproveitar este nosso encontro semanal, fui cobrir o lançamento do Centro de Comunicação Democracia e Cidadania, dia 22, no auditório da Faculdade de Comunicação (Facom) da UFBa. Repórter “foca” é assim corre atrás da notícia... Confiram o site
www.ccdc.ufba.br para conhecer melhor a iniciativa.
O evento deu voz aos parceiros que se reuniram para produzir estudos e discutir a política pública de comunicação na Bahia e no Brasil: a organização não governamental Cipó Comunicação Interativa(
www.cipo.org.br) , a Facom (www.facom.ufba.br) e o Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social(www.intervozes.org.br).
Eu respeito muito o trabalho da Cipó na formação de jovens comunicadores no subúrbio de Salvador e no semi-árido baiano e estagiei lá no final do meu curso de Jornalismo. Ela mantém uma agência de notícias coordenada por jovens em Feira de Santana, um centro digital no Pelourinho, e muitos outros projetos apoiados pelo Unicef e a Agencia Nacional do Direitos da Infância-Andi.
Na mesa redonda do evento, Tânia Cordeiro, do Fórum Comunitário de Combate a Violência, criticou a atuação da mídia na “espetacularização” dos casos de violência. De fato, a forma como é construída a noticia e a representação social do acusado, violam os princípios mais caros dos direitos humanos porque pré-julga,condena antes mesmo da atuação do poder judiciário.
Nilton Lopes, da Cipó, destacou o papel do movimento social na construção das conferências de comunicação e chamou atenção para a presença dos empresários do setor neste debate.Observo que aqui na Bahia esta “aliança” com os empresários de comunicação vem tentando construir um campo de interesse comum, de diálogo. Vamos ver os desdobramentos desta convivência quando os interesses econômicos entrarem em cena.
Sinvaldo Pereira, do Intervozes, apresentou em linhas gerais as propostas do coletivo para um programa de efetivação do direito humano à comunicação no Brasil .
No final, foi lançado o livro “Sistemas públicos de comunicação no mundo: a experiência de doze países e o caso brasileiro”, da Editora Paulus. Trata-se de uma pesquisa que revela aspectos como perfil, modelo de gestão, financiamento e programação dos sistemas públicos de 12 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Bem interessante para refletirmos sobre os desafios para a constituição de um autêntico sistema público de comunicação no Brasil. O livro está disponível em versão PDF no site do Intervozes. Confiram e comentem. Até mais ver...


Claudia Correia, assistente social, jornalista, Mestre em Planejamento Urbano ccorreia@yahoo.com.br

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