quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Editoria Caleidoscópio Baiano

Primeiras palavras...
Claudia Correia

Dizem as boas e más línguas, inspiradas num jargão do conterrâneo publicitário Nizan Guanaes, que baiano bom não nasce, estréia. Já se diz que falamos “baianês” . Lairu, carioca adotado pela boa terra, publicou o dicionário deste nosso idioma, sucesso no meio da turistada.

Mas, mitos à parte, o ex-governador Otávio Mangabeira também sentenciou: “pense num absurdo, na Bahia tem precedente”. Somos também o estado campeão nacional em analfabetismo, o maior contingente de beneficiários do Programa Bolsa Família do país e outros recordes não tão espetaculares como o nosso carnaval das multidões.

Na terra da felicidade e de rainhas do axé que alimentam o espetáculo de uma parte perniciosa e estéril da mídia, também tem gente que pensa, re-inventa o cotidano, combate as desigualdades sociais, constrói utopias. Esta é a minha tribo. Enfim, é daqui, deste “palco”, cenário de históricas lutas de resistência de caboclos que enfrentaram o império português a quilombolas urbanos, que nasce este espaço de troca de informações e impressões sobre o que acontece por aqui nos campos da Comunicação e do Serviço Social. Este é meu “lugar de fala”. Os comentários e notícias que virão pela frente refletem o meu olhar, passional, radical no sentido marxiano, demarcado pelas minhas experiências nestes 26 anos (Vixe! já?) atuando como assistente social, militante, e agora mais recentemente como jornalista.

O convite para integrar à confraria dos que sonham com a comunicação como um dos instrumentos de socialização de conhecimento e empoderamento para o pleno exercício da cidadania logo me seduziu. Assim como no projeto do livro “Mídia e Questão Social”, estamos todos construindo juntos um blog diferente, aberto à criatividade de muitos parceiros e comprometido com a informação de qualidade - direito de todos os cidadãos. Estamos todos irmanados nesta utopia de usar as ferramentas de comunicação para socializar saber e poder, num mundo cada vez mais sacudido pelas tecnologias de ponta, individualista e competitivo.

Para começar, nesta minha honrosa “estréia” aqui, dois eventos me estimularam a iniciar nossa conversa virtual: a Conferência Estadual de Assistência Social, realizada de 05 a 08 de outubro, em Salvador, e o lançamento oficial da etapa estadual da 1ª Conferencia Nacional de Comunicação, dia 08. Escolhi alguns temas instigantes para comentar como estou percebendo a mobilização dos atores sociais envolvidos nestas duas importantes Políticas Públicas. Na Conferência de Assistência Social, atuei, à convite da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, como facilitadora do grupo de delegados que discutiu o eixo temático 2 : protagonismo do usuário: o seu lugar político no Sistema Único de Assistência Social-SUAS e o trabalhador do SUAS: bases para uma atuação democrática e participativa. No lançamento da Conferência Estadual de Comunicação, encarnei a repórter deste nosso blog, numa entrevista coletiva concedida pela Comissão organizadora do evento, regada ao melhor café da manhã regional (com credencial de imprensa, DRT e tudo, estou metida mesmo!)

Como o marketing é a alma do negócio e o público precisa ficar curioso, atiçado para consumir as notícias, vou ficando por aqui, por enquanto. Conto todos os bastidores destes eventos logo, no nosso próximo encontro. Prometo temperar com pimenta baiana caprichada, daquelas de entalar turista, a próxima edição.
Eu preciso de um tempo para editar entrevistas, pesquisas, apurações de informações levantadas com as fontes e outros cuidados preciosos para um bom jornalismo. Afinal, nosso público merece e nós defendemos uma comunicação criteriosa, com respeito aos fatos sociais e atenção às diferentes versões sobre eles.
Até mais! Bem vindos à nossa prazerosa aventura como blogueiros.

Claudia patricia Diniz Correia, assistente social, jornalista, professora da ESSUCSal, Mestre em Planejamento Urbano.

2 comentários:

  1. eu uso a máxima do gordurinha
    "se o brasil foi descoberto na bahia o resto é interior"

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  2. Pois, é, galera!
    A Bahia já é um verdadeiro caleidoscópio.
    Só quem vê de perto, com o "olho" atento, não acredita no que vê: um prato cheio, não só das iguarias inigualáveis, das diversidades diversas, das cores coloridas, mas de uma onda que, num constante movimento, numa dinâmica ímpar, nos invade, como um caleidoscópio, como uma dança aos olhos dos admiradores, boquiabertos... Ai de quem busque lógica, coerência, ou qualquer coisa parecida ou pensada. Aqui, não se acha. Acha-se sim um caleidoscópio, que, por pura redundância, vocês estão qualificando como baiano, uma vez que não poderia ser de qualquer outro lugar.

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