*Jefferson Ruiz
No último artigo da editoria “Estranha semelhança com a utopia” dialogamos sobre como a mídia tenta transformar lutas e herois populares em datas e objetos de consumo e comércio. Na contramão desta perspectiva, de 08 a 18 de março milhares de mulheres de todo o Brasil marcharam por 116 quilômetros, na terceira ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres.
Nesta quinzena, no lugar de um artigo, teremos contato com depoimentos, informações e reivindicações desta Marcha. Estou convencido de que eles falam por si só.
Registro e agradeço a enorme contribuição e participação, para este texto, das companheiras Maria Isabel da Cruz, de Paulínia (SP), e Fátima Barbosa, de Campinas (SP). A principal fonte de pesquisa (feita por Bel e Fátima) para as informações abaixo foi o blog Trezentos. As fotos são de participantes da Marcha e do fotógrafo João Zinclair.
Com esta singela contribuição esperamos fortalecer a luta por um mundo em que a igualdade entre todos os humanos, como seres sociais que somos, seja, efetivamente, realidade!!!
Relato geral da atividade
Não existe libertação individual, toda libertação é coletiva”.
(Iolanda, de São Paulo)
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional que nasceu no ano 2000. A inspiração para sua criação foi a manifestação realizada em 1995, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, “Pão e Rosas”.
A Marcha já realizou duas ações internacionais, em 2000 e 2005. A primeira contou com a participação de mais de 5 mil grupos de 159 países e territórios. Naquele ano as militantes entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, um documento com 17 pontos de reivindicação, apoiado por cinco milhões de assinaturas.
A segunda ação mundial, em 2005, levou milhares de mulheres às ruas e construiu a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade. Nela, expressa sua visão acerca de alternativas econômicas, sociais e culturais para a construção de um mundo fundado nos princípios da igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade entre os povos e seres humanos em geral, com respeito ao meio ambiente e à biodiversidade. De março a outubro daquele ano as feministas construíram uma grande Colcha Mosaico Mundial de Solidariedade, composta por um retalho de cada país. Tanto a carta quanto a colcha viajaram por 53 países e territórios dos cinco continentes.
A terceira ação, realizada este ano no Brasil, baseou-se em quatro eixos: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos (contra a privatização da natureza e dos serviços públicos); fim da violência contras as mulheres; paz e desmilitarização. Os temas foram discutidos durante os dez dias de caminhada.
Entre as reivindicações levantadas estão a criação de aparelhos públicos que liberem as mulheres do serviço doméstico, a não privatização de nossos recursos naturais, o aumento do salário mínimo, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, a realização da reforma agrária e a legalização do aborto (um tema bastante polêmico da atividade – veja depoimentos abaixo).
Um segundo momento da Marcha Mundial de 2010 ocorrerá de 7 a 17 de outubro, culminando com um encontro de feministas dos cinco continentes em Kivu do Sul, no Congo (África). A Marcha Mundial reúne militantes da cidade, do campo e da floresta, jovens, adultas e idosas, trabalhadoras rurais e urbanas, lésbicas, estudantes.
Alguns dados da Marcha
Participantes: cerca de 3000 mulheres, de 25 estados do país
Maior delegação: Rio Grande do Norte, com 350 participantes
Distância percorrida: 116 quilômetros
Duração: 10 dias
Início e encerramento: atos públicos em Campinas (SP) e São Paulo (SP)
Cidades visitadas: Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Osasco e São Paulo, além dos distritos de Jordanésia e Perus.
Tema da marcha
“Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”
Alimentação
• 50 mil litros de água potável
• uma tonelada de feijão
• duas toneladas de arroz
• uma tonelada de carne moída
• outros alimentos (como macarrão, legumes e frutas)
Curiosidades
• 75 mulheres compuseram a Comissão de Alimentação, cozinhando para as participantes da Marcha.
• A delegação do Rio Grande do Norte viajou três dias de ônibus para chegar à atividade.
• As mulheres caminhavam pela manhã e, à tarde, realizavam atividades de formação. Elas ficaram alojadas em ginásios e tendas.
• A atividade reuniu militantes de diversos movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos e outras entidades.
• Participaram de atividades da Marcha personalidades como Aleida Guevara (filha de Che Guevara), a socióloga Helena Hirata e a cantora Leci Brandão, além de diversas mulheres como palestrantes nas atividades de formação e oficinas. Helena Hirata foi anistiada no último dia 8 de março. Trata-se de uma grande lutadora em defesa dos direitos das mulheres.
• A cada dia uma delegação diferente assumia a coordenação da caminhada, com músicas regionais, palavras de ordem de suas regiões e outros elementos, valorizando a diversidade das participantes e incentivando a criatividade e a cultura ao longo da Marcha.
• Em Valinhos as caminhantes foram recebidas com chuva de pétalas de rosas e distribuição de pães, em alusão à Marcha Pão e Rosas (1995, no Canadá).
• Em Várzea Paulista as mulheres plantaram ipês roxos em um trevo da cidade, em agradecimento à acolhida à Marcha.
• A Marcha foi hostilizada por alguns motoristas ao longo da estrada, com gritos preconceituosos como “Vai trabalhar” ou “Vai lavar louças” – as mulheres respondiam criativamente, com algumas das palavras de ordem abaixo reproduzidas. Nas cidades visitadas, no entanto, foi comum receber acenos e aplausos da população.
• Em uma das oficinas realizadas durante a Marcha, as mulheres aprenderam a costurar vestidos e produziram roupas gigantes para duas bonecas apelidadas carinhosamente de “Caminhantes”. Inspiradas nos bonecos do carnaval de Olinda (PE), elas seguirão para o Congo para representar o Brasil no encerramento da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial.
• Entre Perus a Osasco, ao passaram em frente à sede do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), as participantes entoaram palavras de ordem e cantos de protesto contra a mercantilização do corpo das mulheres e a criminalização dos movimentos sociais, promovida pela mídia comercial brasileira. Diante do Centro de Distribuição do Grupo Pão de Açúcar, sobraram vaias para o empresário Antônio Ermírio de Moraes (dono do Grupo Pão de Açúcar), tendo por pano de fundo a luta por soberania alimentar e pelo fortalecimento da agricultura camponesa e familiar.
Atividades adicionais desenvolvidas
• Debates, oficinas e paineis com os temas: trabalho doméstico e de cuidados; economia solidária e feminista; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; mulheres negras e a luta antirracista; mulheres indígenas; a mídia contra-hegemônica e a luta feminista; a mercantilização do corpo e da vida das mulheres; prostituição; mulheres, arte e cultura; aborto; pedofilia; tráfico de mulheres; dentre outros.
• Peças teatrais
• Shows musicais
• Atividades e apresentações com danças regionais (quadrilha quilombola, bumba-meu-boi, batuque de terreiro, tambor de criola etc)
• Exposições de fotos e vídeos da caminhada
• Beijaço de militantes contra a lesbofobia
Algumas palavras de ordem da caminhada
•“João, João, cozinha o seu feijão. José, José, cozinha se quiser. Zeca, Zeca, lava sua cueca. Raimundo, Raimundo, limpa esse chão imundo”.
• “Se cuida, se cuida, se cuida, seu machista. A América Latina vai ser toda feminista”.
• “Cadê o homem que engravidou? Por que o crime é da mulher que abortou?” (durante os polêmicos debates sobre o aborto).
• “Você não quer, nem mesmo eu, ouvir falar da Kátia Abreu” (referência das delegações do Distrito Federal e do Tocantis à parlamentar do DEM, porta-voz da bancada ruralista no Congresso Nacional).
Alguns depoimentos
“Cada vez mais as mulheres sustentam sozinhas suas famílias, e [é preciso] poder decidir a melhor forma de fazer isso. Quer dizer, tendo empregos com qualidade, com direitos, com salário justo ou então tendo condições de produzir, no caso das mulheres que vivem no campo, das artesãs, das comerciantes. Que elas possam trabalhar em boas condições e viver do seu trabalho.” (Miriam Nobre, da coordenação da Marcha)
"Enquanto ela [a mulher] limpa o peixe, prepara comida, cuida de menino, o marido está na rede dormindo. (...) Tive sete filhos, mas nunca deixei de fazer nada por causa deles nem do marido, porque eu ganhava meu próprio dinheiro. Quando eu me preparava para sair e meu marido reclamava que estava com dor de cabeça, eu dizia logo para ele tomar um comprimido e pronto. Que mais eu posso fazer? Não sou médica!” (Sônia, pescadora na Bahia)
“As pessoas tendem a naturalizar a responsabilidade das mulheres pelo trabalho doméstico e pelos cuidados com os familiares, sem perceber que essa obrigação é socialmente imposta.” (Neusa, do Rio Grande do Sul)
“De forma quase inconsciente, muitas mulheres reproduzem a divisão sexual do trabalho na criação dos filhos.” (Fabiana, do Rio Grande do Norte)
“Durante a faculdade, mesmo quando já morava só, tinha dificuldade de passear nos fim-de-semana, porque desde pequena aprendi que sábado era dia de faxina.” (Sueli, de Minas Gerais)
“Além da divisão igualitária do trabalho doméstico entre homens e mulheres, nossa luta é também para que haja mais serviços públicos, como creches gratuitas de qualidade. Assim homens e mulheres poderão trabalhar e estudar”. (Iolanda, de São Paulo)
"Meu marido, que antes de nos casarmos se virava só, deixou de fazer qualquer atividade na casa. Mas eu fui trabalhar fora, entrei para o movimento de mulheres e, aos poucos, a postura dele está mudando. Hoje cedo ele já me telefonou para perguntar como está a Marcha, para demonstrar solidariedade”. (Genoveva, Rio Grande do Norte)
“A Organização de Mulheres Indígenas de Roraima iniciou uma campanha de conscientização contra o álcool nas aldeias. A bebida está ligada à maior parte dos casos de violência contra mulheres e prostituição”. (Olga Macuxi, de Roraima, que participou da luta pela homologação da Raposa Serra do Sol. Além das indígenas de Roraima, também marcharam mulheres dos povos Sateré-Maué, do Amazonas, e Tupinambá, da Bahia)
"Dos 46 mil presidiários de Minas Gerais, 38 mil são negros. Para as presas, os maus tratos são ainda mais intensos. Ao contrário dos homens, elas não têm direito a visita íntima e, se forem lésbicas e se beijarem, passam uma semana na solitária. Se forem pegas em algum contato mais íntimo, o castigo dura três meses. (...) Tenho quatro filhos biológicos e mais quatro adotivos. Um deles começou a roubar. A sociedade nunca me agradeceu pelos sete cidadãos responsáveis que criei, mas estou cansada de escutar: ´Só podia ser preta, por isso o filho é ladrão`”. (Maria Teresa, de Minas Gerais)
“Elas me contaram que eram abordadas à noite por policiais preocupados, que lhes perguntavam ´Por que vocês estão neste desconforto? Por que não se prostituem para ter renda?´ (...) O fato é que na praça onde as japonesas dormiam havia muitos homens, mas ninguém lhes perguntava por que eles não vendiam seu corpo para sair da miséria”. (Helena Hirata, socióloga, vive há 40 anos na França, para onde se mudou quando foi exilada pela ditadura militar. No depoimento, relata visita ao Japão)
“A luta socialista está vinculada à luta feminista. Antes era comum as mulheres ouvirem dos militantes de esquerda: ´Companheiras, vamos lutar juntos, primeiro a gente transforma o sistema, depois cuida da situação da mulher´”. (Helena Hirata)
“Nosso grande desafio é lutar pelos direitos daquelas que estão no mercado informal. Além das trabalhadoras domésticas, outra categoria precária composta majoritariamente por mulheres é a das consultoras de venda. Em qualquer congresso que você vá há militantes vendendo Natura, Avon, Herba Life”. (Rosane Silva, palestrante de um dos eventos)
“O beijaço é um ato político de ação direta. Pode até chocar, mas a idéia é naturalizar algo que já é natural. Isso que vocês estão vendo é realidade na vida de muitas mulheres, que sofrem preconceito”. (Valda Neves, do Rio Grande do Sul)
“As sementes, a água e a terra devem estar em controle de quem produz os alimentos, não das multinacionais do agronegócio”. (Nívea Regina da Silva, da direção do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
“No Brasil, o percentual de terras em nome das mulheres, seja como únicas titulares ou em conjunto com um homem, está estimado entre 7 a 9% do total. E esse valor baixo ainda é fruto de uma árdua conquista, porque até a Constituição Federal de 1988, as camponesas sequer eram oficialmente reconhecidas”. (Isaura Isabel Conte, dirigente do Movimento de Mulheres Camponesas)
"Nós fazemos questão de mostrar nossa cultura às mulheres daqui, que vêm de todos os estados do Brasil, porque no Maranhão ela não está sendo valorizada”. (Maria Tereza Bittencourt, do Maranhão)
“Aborto é crime. Sou totalmente contra”. (Luciene, de Monte Alegre, Minas Gerais)
“Sou a favor nos casos previstos em lei: quando a mulher foi estuprada ou corre risco de vida”. (Diva, de Teresina, Piauí)
“A gente sabe que tem muita gente que se diz contra e já abortou, mas não admite. Tem clínica clandestina de primeiro mundo na Raposo Tavares [rodovia paulista], atrás de uma borracharia, custa R$ 6 mil reais para interromper a gravidez”. (Vanda, de São Paulo)
"Quem tem dinheiro, faz aborto com segurança. Quem não tem, corre risco de vida”. (Maiara, do Amazonas)
"Quando dizemos que consideramos o aborto um crime, precisamos parar e refletir o que isso significa. Queremos que as mulheres que abortaram sejam julgadas, condenadas e presas? E por que só elas e não os homens que as engravidaram?” (Tatau Godinho, de São Paulo)
“O aborto é uma questão de saúde pública” (Izalene Tiene, de Campinas, São Paulo)
"Os homens jovens vivenciam 2,5 vezes mais a experiência do aborto, em média, em suas vidas, do que as mulheres. Mas a indústria farmacêutica, para eles, faz o Viagra. E para as mulheres, anticoncepcional”. (Carol, caminhante)
“A maioria dos intelectuais cubanos é composta por mulheres. Elas representam 63,8% dos médicos gerais e 65% dos graduados em nível superior. Em Cuba, o aborto é legalizado e a licença maternidade dura 12 meses, podendo ser dividida entre a mãe e o pai. (...) Eu nasci em um país socialista, onde a mulher é tratada com respeito e igualdade de direitos. Não podemos dar receitas, nem dizer o que vocês precisam fazer. Mas podemos mostrar nossa realidade e dizer que, se um país pequeno e pobre como o nosso conseguiu, o Brasil também consegue”. (Aleida Guevara, de Cuba, filha de Ernesto Che Guevara)
“Lutamos pelo aumento do salário mínimo, pela construção de creches públicas de qualidade, pela legalização do aborto. São demandas que se chocam com os valores da sociedade patriarcal, racista e capitalista na qual vivemos. Por isso nossa batalha é árdua, é transformadora, já que o neoliberalismo na década de 1990 conquistou corações e mentes”. (Vera Soares, militante da Marcha)
“Um exemplo de solidariedade regional foi o Brasil não ter reconhecido o governo golpista de Honduras. Mas eu me pergunto, caso o golpe tivesse sido aqui, se teríamos persistido na resistência a ele, como fez o povo de Honduras. Receio que não, porque a esquerda do Brasil está esfacelada e bastante desacreditada”. (Ângela Silva, de São José dos Campos, São Paulo)
“O Estado, tal qual o conhecemos, historicamente foi construído pela imposição. E a disputa para ocupar seus espaços e cargos tem dividido os movimentos sociais brasileiros”. (Terezinha Vicente Ferreira, da Articulação Mulher e Mídia).
“Nós do MST sabemos bem, na pele, como doi a dificuldade de integração com a sociedade. A Marcha Mundial das Mulheres cumpre um pouco esse papel de integração dos movimentos”. (Elaine, do MST da Bahia)
Fontes
Blog Trezentos
http://www.brasildefato.com.br/
http://www.sof.org.br/
Dicas finais
a) Pão e rosas é, também, o título de um belo filme do diretor Ken Loach. Narra a história de migrantes mexicanos nos Estados Unidos e a luta de diversos trabalhadores, entre os quais muitas mulheres, pelo reconhecimento de seus direitos. Recomendo.
b) Adiciono o link para uma gravação de canção Maria Maria, em interpretação da inesquecível Elis Regina: http://www.youtube.com/watch?v=IPdyxda37ko
Jefferson Lee de Souza Ruiz é bacharel e mestrando em Serviço Social pela UFRJ. Profissionalmente atua como assessor político do Conselho Regional de Serviço Social – RJ.
Este relato foi redigido a seis mãos. Sem a sugestão do tema, as pesquisas e a contribuição de Maria Isabel da Cruz (Bel, de Paulínia-SP) e Fátima Barbosa (Campinas-SP) ele não seria possível. Registro e agradeço imensamente o prazer desta produção conjunta.
Parabéns pelo texto, que bem se aproxima da realidade que foi a marcha destas três mil brasileiras que resolveram sair de suas casas, escritórios, consultórios, salas de aulas, locais de trabalho para lutar por seus direitos.
ResponderExcluirQueridos companheiros, adorei a matéria. Me deu uma vontade enorme de participar da próxima Marcha. Se for, aviso à vocês. Parabéns pelo site, pela reportagem, pelas discussões que desenvolvem, por tudo....
ResponderExcluirBeijos, Andréa Gama.
Muito linda essa marcha! Emocionante!
ResponderExcluirLi a reportagem, que ficou ecoando, de maneira fecunda, em minha mente por todas as pertinentes questões que levanta.
Gostaria apenas de contribuir num aspecto: as tarefas domésticas constituem um desafio que extrapola o casal e a família. Suas tensões e contradições tampouco são um problema exclusivo dos países em desenvolvimento. Moro na França, tenho uma criança de 7 anos e um companheiro que participa ativamente das tarefas de casa e ainda assim é enormemente fatigante! Essa esfera da reprodução social deve, ao meu ver, ser objeto da reflexão e das respostas da sociedade como um todo. Quanto desgaste e sofrimento a dois e em família não poderiam ser evitados, se tivéssemos mais e melhores estruturas de apoio à vida doméstica, emancipadoras de homens e mulheres!
Grande abraço, Mione* (blog M&QS)
Companheiras
ResponderExcluirEsta Marcha foi fundamental para colocar publicamente a situaçao da mulher atualmente. É claro para todas nos, que a situaçao mudou muito deste os anos 60. Mas, fica muito claro como ainda falta muito. É so ver que nao ocupamos os espaços de mando, mas o da execuçao. E, quando existem as exceçoes é porque as mulheres acabaram assumindo a politica dos homens: autoritaria, competitiva, individualista. Temos de retomar as bandeiras dos anos 70 e 80: uma nova mulher, um novo homem, uma nova sociedade.
Parabens pela atividade