sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

ESPECIAL: CHUVAS E QUESTÃO SOCIAL - Edição 2011

Homem se emociona ao se deparar com o local onde estava a sua casa antes das chuvas em Nova Friburgo-RJ. Fonte:  Portal Terra  -  Foto: Ricardo Moraes/ Reuters


Não é nada fácil ter de reeditar essa Edição Especial...

Quando a dor nos atinge profundamene é difícil manter uma racionalidade imediata, para analisar com assertividade as causas de tamanha tragédia que se abate sobre a Região Serrana, do Estado do Rio de Janeiro.
Aliás, não nos esqueçamos, de modo algum, dos outros estados da Região Sudeste do país, como São Paulo, cuja contabilidade de perdas humanas e prejuízos materiais ainda não puderam ser fechados; Minas Gerais que teve 74 municípios inundados e que estão em estado de emergência; sem falar no Espírito Santo que na primeira semana de janeiro de 2011 teve nove cidades afetadas pelas chuvas e ficaram em estado de emergência. E Goiás, no Centro-Oeste, que sofre com a força da água que é implacável.
Vemos a Região Sul, que vinha sendo acometida pela seca, já sofrer com as chuvas que começam a cair em Santa Catarina, desde a última terça-feira (18). O número de desalojados passa de 11,5 mil em 32 cidades. A cidade de Joinville - a maior e principal cidade do estado, por ser o pólo econômico e tecnológico desde-, têm 6,2 mil pessoas fora de suas casas, e outras cidades do Sul de Santa Catarina, são os locais mais afetados. Segundo a Defesa Civil 20 municípios já decretaram situação de emergência.
Mas, nada se compara a catástrofe sofrida pelo Estado do Rio de Janeiro, nesses últimos dias. Nem mesmo as tragédias do passado recente, na virada do ano de 2009 para 2010, em Angra dos Reis, nem as enchentes de abril de 2010, recorrentes nos municípios do Rio de Janeiro e de Niterói, cujo maior número de mortes, aconteceu no Morro do Bumba. O total passou de 230 em todo Estado do Rio de Janeiro. Muitas de suas vítimas sobreviventes continuam em abrigos, sem as mínimas condições de abrigamento. Um retrato deprimente dos recortes das políticas públicas sociais no país.
O que aconteceu na Região Serrana do Rio de Janeiro é considerado a maior catástrofe sofrida no Brasil até hoje. Até as 19 horas desta sexta-feira (21), o Boletim da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio, indicava 785 mortes. 
As cidades mais afetadas foram Nova Friburgo com 381 mortos, Teresópolis com 316, Petrópolis com 66, Sumidouro com 22, São José do Vale do Rio Preto e Bom Jardim com 04 vítimas fatais. Continuam desaparecidas 400 pessoas, segundo o Ministério Público do RJ, que apresenta em seu site uma listagem parcial com nomes de 208 pessoas desaparecidas.
A maior chuva em proporções similares a essa que caiu em 24h em Nova Friburgo, aconteceu em 24 de janeiro de 1964, onde a marca pluviométrica foi de 113 mm, ainda abaixo da atual. Em 12 de janeiro de 2011o índice foi de 182,8 mm. Em Teresópolis, o marco pluviométrico desta data foi de 124,6 mm, que ficou abaixo do marco histórico de 1977, onde choveu 140,8 mm no mesmo número de horas, na região central.
Apontar estes dados meteorológicos, não se faz para engrossar as vozes que apontam as chuvas como culpadas da sofrível tragédia. Isto é fácil. A Natureza em cobrando nos últimos tempos, todas as intempéries que se têm feito a ela. A Natureza se transforma, literalmente, a milhões de séculos. Se destrói e se regenera, transmuta e nunca deixará de existir. 
Nós humanos é que precisamos respeitá-la se quisermos viver nela. Deixar de agredi-la com um consumismo para lá de acelerado, cuja consequência é uma demanda enorme de detritos, que corrobora com o desrespeito socioambiental; especulação imobiliária; falta de políticas públicas sociais nas áreas de saneamento e urbanismo. Além, do descaso do poder público durante vários anos. 
O Blog Mídia e Questão Social, mais uma vez vem expressar sua solidariedade as vítimas da região Serrana, com extensão as das demais áreas dos outros estados vitimados por tantas dores e perdas.  
A rubrica «Especial Chuvas e Questão Social 2011» vem socializar matérias que nos chegam pelas redes de movimentos sociais e também por nossos colaboradores. Abrindo esta reedição, com o manifesto feito pelo Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro, através de seu Boletim Informativo: CRESS OPINA. 
Socializaremos ainda ao final dessa matéria uma lista de com pontos sociais de apoio públicos e de iniciativas da sociedade civil organizada.
Na sequência, quem terá voz será Mione Sales, professora de Serviço Social (licenciada da FSS/UERJ) e responsável pela Editora Volta do Mundo, Mundo dá Volta.

Equipe do Blog Mídia e Questão Social.

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Nº 11 – Janeiro de 2011

NOVA TRAGÉDIA NO RIO: A NATUREZA E A POPULAÇÃO SÃO AS CULPADAS?
Está se tornando um hábito: a cada verão o Estado do Rio de Janeiro convive com alguma tragédia. Da dengue há alguns anos às enchentes e deslizamentos de terra de 2010 e 2011 foram centenas de vidas. O discurso governamental dificilmente muda: quando não culpa a natureza (trombas d´água, chuva em excesso), o faz com a população (habitações irregulares, ocupação de áreas de risco).

Se é fato que catástrofes naturais e tragédias de grande monta continuam ocorrendo mundo afora, há, em pleno século XXI, condições de redução de danos infinitamente superiores às de outros momentos históricos. A ciência e a tecnologia disponíveis permitem prevenção, políticas públicas de médio e longo alcance, utilização sustentável do solo, comunicação à população de alterações significativas de condições climáticas que gerem ameaças a suas vidas.

O centro do debate, portanto, persiste sendo o modelo de organização da cidade. O crescimento contínuo da população urbana mundial exige viabilizar políticas públicas de moradia, transporte, acesso a trabalho, saneamento, saúde, educação, cultura e outras que viabilizem vida com qualidade e contribuam para reduzir desigualdades. Na contramão desta perspectiva, grandes cidades brasileiras vêm se tornando alvo de especulação imobiliária e de mero investimento capitalista. A preocupação com a ampliação dos lucros tem implicado ceifar vidas de milhares de pessoas.

Neste momento trágico na Região Serrana do Rio de Janeiro, é fundamental que a solidariedade – sempre presente no povo brasileiro – seja incentivada e profissionalmente articulada (com centralização das ações – o que, após vários dias, vem sendo feito pelo poder público, com a orientação de que doações, contribuições voluntárias e outras iniciativas sejam dirigidas a entidades como a Cruz Vermelha e a Secretaria de Estado de Assistência Social do Rio de Janeiro). Também é correta a prioridade à busca de sobreviventes e precauções para que o número assustador de vítimas não se amplie.

Passada esta etapa, é preciso rediscutir o modelo de política urbana adotado e que perspectivas vêm se construindo para a vida nas cidades brasileiras. Ao invés de culpar a natureza (seguidamente destruída pelo modelo de exploração e produção vigente) ou a população (submetida à busca de condições de sobrevivência sem condições mínimas de acesso a seus direitos), cabe aos governos das diferentes esferas buscar articular ações e implementar políticas que promovam acesso a direitos.

Conclamamos os assistentes sociais a permanecerem em sua atuação comprometida com os direitos da população e com as previsões de nosso código de ética profissional – neste momento, em particular para as que envolvem situações de calamidade pública.


Diretoria do Conselho Regional de Serviço Social – 7ª Região – Rio de Janeiro

CRESS Opina - Correio eletrônico: diretoria@cressrj.org.br  | www.cressrj.org.br   Telefones: 3147-8787  | 3147-8781
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Pontos Sociais

Confira a lista de locais para entrega de donativos aos desabrigados das chuvas:

Entre os principais materiais que podem ser doados, estão:

- objetos de higiene pessoal;
- colchonetes;
- cobertores;
- fraldas descartáveis;
- toalhas;
- alimentos não perecíveis;
- leite em pó;
- água.

Abaixo, confira a lista completa de locais que estão recolhendo as doações:

VIVA RIO

- O Programa de Voluntariado recebe os donativos na sede da instituição, na rua do Russel, 76, Glória, na Zona Sul;
- 12º Batalhão da Polícia Militar de Niterói (Rua Feliciano Sodré, 275, Centro);
- Metrô Rio - estações: Ipanema/General Osório, Siqueira Campos, Botafogo, Carioca, Glória, Largo do Machado, Catete, Central, Saens Peña, Nova América/Del Castilho e Pavuna;
- Shopping Iguatemi.

Doações em dinheiro:

Banco do Brasil
Ag.: 1769-8
C/c.: 411396-9
Viva Rio
CNPJ: 00343941/0001-28

Para maiores informações, o Viva Rio disponibiliza os telefones (21) 2555-3750 e (21) 2555-3785.

CRUZ VERMELHA

- A Cruz Vermelha no Brasil informa que recebe as doações nas unidades do Rio (Praça Cruz Vermelha, 1012, centro) e de Nova Iguaçu (na rua Coronel Bernardino de Melo, 2085, e na rua Alberto Cocoza, 86, no centro).


BANCO DO BRASIL

Abrace o Rio! Ajude as vítimas das chuvas.
Faça sua doação: Nova Friburgo
Agência 0335-2
Conta 120000-3

SESC RIO

- O SESC Rio, Fecomércio (Rua Marquês de Abrantes 99, Flamengo) e SENAC também estão recebendo doações para os desabrigados com as enchentes na Região Serrana do Rio. Os donativos podem ser entregues nas seguintes unidades do Sesc Rio: São Gonçalo, Niterói, Copacabana, Tijuca, Ramos, Madureira, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Teresópolis e Quitandinha.

SENAC

- As unidades de Copacabana, Marapendi (Barra), Niterói, Fatec (Santa Luzia), Botafogo, Petrópolis, Teresópolis, Duque de Caxias e Politécnico (Riachuelo) estão recebendo as doações.

POLÍCIA MILITAR

- Todos os batalhões estão prontos para receber doações para as vítimas das chuvas. O material arrecadado será encaminhado ao 12º BPM (Niterói), de onde será enviado para as áreas afetadas.

ALERJ

- Palácio Tiradentes. Praça 15 de novembro, Centro, Rio - http://goo.gl/maps/IGTu

RODOVIAS - Donativos entregues à Cruz Vermelha
- Dois pontos funcionam 24 horas, no km 269 da BR-101, no trecho de Casemiro de Abreu, e na BR-101, no pedágio da Rio-Magé;
- Três postos funcionam das 8h às 17h, no km 109 da Rodovia Washington Luís, e na Presidente Dutra, no km 133, próximo ao pedágio, e no km 227;
- Ponte: Posto de coleta montado junto à praça de pedágio, do lado direito de quem chega à Niterói;
- Praças de pedágio da concessionária que administra a RJ-106 (Itaboraí - Nova Friburgo - Macuco).

SHOPPINGS

- Bangu Shopping - Rua Fonseca, 240 - Bangu. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2430-5130
 - Carioca Shopping - Av. Vicente de Carvalho, 909 - Vila da Penha. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2430-5120


- Caxias Shopping - Rodovia Washington Luiz, 2895, Duque de Caxias. Tel: (21) 2430-5110


- Passeio Shopping - Rua Viúva Dantas 100 - Campo Grande. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2414-0003


- Santa Cruz Shopping - Rua Felipe Cardoso 540 - Santa Cruz. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2418-9400


- Shopping Grande Rio - Rodovia Presidente Dutra, 4.200 - São João de Meriti. Tel.: (21)2430-5111


- Via Parque Shopping - Av. Ayrton Senna, 3.000 - Barra da Tijuca. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2430-5100


- Shopping Leblon - Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2430-5122.


- PátioMix Costa Verde Shopping - Rodovia Rio Santos, Lote B - Loja 1061. Zona Industrial. Itaguaí. Tel.: (21) 3781-8888.


- Center Shopping Rio - Avenida Geremário Dantas, 404, Jacarepaguá. Rio de Janeiro. Tel.:(21) 3312-5000.


- Boulevard Shopping São Gonçalo - Avenida Presidente Kennedy 425. São Gonçalo. Tel.:(21) 3611-7979


- Casa Shopping - Av. Ayrton Senna 2150, Barra da Tijuca. Rio de Janeiro. Tel.:(21) 2108-8080


- Shopping Plaza Macaé - Av. Aluisio da Silva Gomes, 800, Granja dos Cavaleiros. Macaé. Tel.: (22) 3311.5454


- Shopping Nova América - Av. Martin Luther King Jr, 126, Del Castilho. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 3083-1000


- São Gonçalo Shopping - Avenida São Gonçalo, 100, Boa Vista. São Gonçalo. Tel.: (21) 3513-7200


- Rio Design Barra - Avenida das Américas, 7.777. Barra. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2430-3024


- Rio Design Leblon - Avenida Ataulfo de Paiva, 270. Leblon. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 3206-9110


- Botafogo Praia Shopping - Praia de Botafogo, 400. Botafogo. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 3171-9872


- Shopping Downtown - Avenida das Américas, 500. Barra. Rio de Janeiro. Tel: (21) 2494-7072


- Rio Sul Shopping - Rua Lauro Müller, 116. Botafogo. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2122-8070


- Madureira Shopping - Estrada do Portela, 222. Madureira. Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2488-1342


- Shopping Bay Market - Rua Visconde do Rio Branco, 360. Centro. Niterói. Tel.: (21) 2620 0975


ESTAÇÕES DO METRÔ (Doações de água, alimentos não perecíveis e material de higiene pessoal até o dia 11 de fevereiro)


- Carioca
- Central
- Largo do Machado
- Catete
- Glória
- Ipanema/General Osório
- Pavuna
-Saens Peña
- Botafogo
- Nova América/Del Castilho
- Siqueira Campos

BARCAS (Entregas até o dia 31 de janeiro)

- Praça XV - Praça XV, 21, Centro, Rio de Janeiro;
- Araribóia - Praça Araribóia, números 6 e 8, Centro, Niterói;
- Charitas - Avenida Quintino Bocaiúva, s/nº, Charitas, Niterói;
- Cocotá - Parque Manoel Bandeira, s/nº, Cocotá, Ilha do Governador, Rio de Janeiro;
- Paquetá - Praça Pintor Pedro Bruno, nº 1, Ilha de Paquetá.

POSTOS DA PREFEITURA DE NITERÓI

- Sede da Secretaria de Assistência Social de Niterói (Rua Coronel Gomes Machado 281 - Centro);
- CREAS (Rua Coronel Gomes Machado 259 - Centro);
- CRAS Centro (Rua Evaristo Veiga s/nº - Centro);
- CRAS Região Oceânica (Estrada Francisco da Cruz Nunes 66 - Piratininga);
- Sede da Guarda Municipal (Rua Coronel Miranda 18 - Ponta da Areia).

FURNAS

- Posto de Coleta de doações para Região Serrana do Rio ( Escritório Central de Furnas - Rua Real Grandeza, 219, Botafogo, Zona Sul)

ABBR

- Posto de coleta de doações na Rua Jardim Botânico, 660, Jardim Botânico. Doações sendo recebidas de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Para mais informações basta entrar em contato pelos telefones (21) 3528-6355, 3528-6356 e 3528-6357, ou pelo email: administracao@abbr.org.br.

Hospital CardioTrauma

- Endereço: Rua Farme de Amoedo, 86, Ipanema. Horário de coleta: das 7h às 19h. Itens para arrecadação: Água mineral, Cobertores, Colchões, Roupas de cama e banho, Alimentos prontos para o consumo, como biscoito, massas, sopas desidratadas e leite em pó.

Hospital São Lucas

- Endereço: Travessa Frederico Pamplona, 32, Copacabana. Horário: das 8h às 18h. Itens para arrecadação: Água mineral, alimentos prontos para o consumo, como biscoito, massas, sopas desidratadas e leite em pó. Artigos de higiene pessoal, Cobertores e Roupas.

Hospital Pasteur

- Endereço: Av. Amaro Cavalcanti, 495, Méier. Horário de coleta: 24h. Itens para arrecadação: Água mineral, alimentos não perecíveis, Colchões, Produtos de Higiene e Limpeza, roupas e calçados.

Associação Saúde Criança e Escola de Artes Visuais do Parque Lage em campanha para as vítimas da tragédia no estado do Rio de Janeiro

Estão aceitando em prioridade as seguintes doações: - leite em pó integral, fraldas descartáveis, produtos de higiene e limpeza.

Para entregar:

Na ASC -Parque Lage, procure Rosângela, de 2ª a 4ª , das 10h às 17h
Na EAV, procure Maria Carmem, de 2ª a 4ª , das 10h às 17h

Na ASC Casa das Oficinas, procure Mariana, de 2ª a 4ª , das 10h às 17h
EAV e ASC Parque Lage: r. Jardim Botânico, 414 - Jd. Botânico, Rio de Janeiro, RJ

ASC Casa das Oficinas: r. Jardim Botânico, 86 - Jd. Botânico, Rio de Janeiro, RJ

Associação Saúde Criança
de seg. à sex. das 10h às 17h
(021) 2266-1446 r.31
saudecrianca@saudecrianca.org.br

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