segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Editoria Equipe Mídia e Questão Social

Prossegue a luta pela democratização da comunicação



Aos poucos uma luta social que há alguns anos não tinha este impacto no Brasil vai se consolidando. Após grandes dificuldades de convencer mesmo os movimentos sociais sobre a importância de debater os impactos da absurda concentração de propriedade dos meios de comunicação no país, hoje distintos grupos se organizam para o debate de diversas medidas que possam rumar no sentido de democratizar, efetivamente, a comunicação. Segundo o Intervozes, no Brasil a posse dos meios de comunicação é mais concentrada que países inquestionavelmente vistos como "liberais", como Estados Unidos ou Inglaterra.

Dois exemplos relativamente recentes de mobilizações foram as conferências estaduais e nacional de comunicação e o Encontro de Blogueiros Independentes, em São Paulo.

Aparentemente, este acúmulo gerou frutos. Hoje se espalham pelo Brasil diferentes iniciativas de mobilização de diversos setores da sociedade para o debate sobre a comunicação. O mais interessante: ela geralmente é vista na perspectiva defendida por nós, do blog "Mídia e Questão Social". Em outras palavras, não se trata apenas do direito de receber informações (e sem censura), mas do direito de acesso aos meios que viabilizam falar, divulgar opiniões, disputar consensos e hegemonias com milhares, talvez milhões de pessoas. Em pleno século XXI, são condições inadiáveis para que o debate político se instale efetivamente.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Editoria Caleidoscópio Baiano

O Serviço Social e a Questão Racial


                                  Fonte: Google

                                                      

Claudia Correia*

Os cerca de 80 mil assistentes sociais brasileiros se preparam para eleger em março os novos dirigentes dos Conselhos Federal e Regional de Serviço Social, o chamado conjunto CFESS-CRESS. O exercício democrático mobiliza a categoria e traz à tona o debate do projeto ético-politico-profissional e de temas caros entre nós. Entre 1990 e 1996 dirigi o CRESS-Bahia e o CFESS, uma experiência rica de trocas afetivas e intelectuais, essencial ao meu amadurecimento pessoal e político, que mais tarde me encorajou para a vida acadêmica e para o Mestrado. Considero uma oportunidade excelente de desenvolver o senso crítico sobre a profissão, suas contradições e seu importante significado social num contexto de desafios. Estimulo meus alunos a militarem para vivenciarem a diversidade de pontos de vista no âmbito do Serviço Social e a articulação com os movimentos sociais, fundamentais para consolidar nossos compromissos éticos.

Sempre me incomodou a timidez com que nós tratamos temas cruciais para a construção da democracia brasileira, como o combate ao racismo e a luta pela igualdade racial.

Apesar dos indiscutíveis avanços teóricos e metodológicos verificados no Serviço Social nas últimas décadas e do fortalecimento político do conjunto CFESS/CRESS, algumas temáticas ainda continuam secundárias, sem muita repercussão na nossa categoria. Acredito que o debate sobre a questão étnica-racial no Brasil é um destes temas ainda pouco explorados entre nós.